Ela voltou: uma nova Lady Gaga, com a essência da antiga, mas também com uma nova abordagem. O álbum Mayhem, lançado na sexta-feira (7), é uma obra completa e vibrante de pop sofisticado, equilibrando um retorno às suas raízes com uma abordagem contemporânea e audaciosa.
O primeiro álbum da cantora, The Fame (2008), apresentou uma nova geração ao poder do electropop bem produzido. Com The Fame Monster (2009), Gaga consolidou sua imagem como uma visionária do pop teatral, evocando comparações com Madonna e reafirmando a importância da grandiosidade vocal no universo pop.
Nos anos seguintes, ela explorou diversos estilos em Born This Way, Artpop, Joanne (antecipando a fusão entre country e pop que se tornaria tendência) e Chromatica (2020). Agora, cinco anos depois, Mayhem levanta uma questão: o mundo ainda está pronto para seus grandes hinos? Ou este álbum busca resgatar um som pop que ficou para trás na era do streaming?
A resposta está na interpretação do público. Para alguns, Abracadabra será um hino dançante e positivo. Outros podem torcer o nariz para Killah, que traz a assinatura do DJ francês Gesaffelstein. Disease pode parecer um revival do pop dos anos 2010, mas negar sua grandiosidade seria ignorar o impacto que uma música feita para arenas pode ter. É um retorno à clássica Gaga, repleto de energia, diferindo das baladas como Die With a Smile, sua colaboração premiada com Bruno Mars.
Em Mayhem, Lady Gaga resgata as atmosferas sombrias do dark-pop que marcaram sua carreira, mas com um olhar voltado para o presente. Essa evolução se reflete tanto na produção quanto na performance vocal. Ela se diverte no álbum, seja no uso do sintetizador moog modular na pseudo-balada Vanish Into You, na referência oculta a Bad Romance em Garden of Eden ou no ritmo pulsante de Perfect Celebrity, uma reflexão sobre a fama e sua legitimidade. Um jogo metalinguístico que reforça sua habilidade de transformar o pop em algo atemporal.
A autonomia criativa foi essencial para Gaga durante a produção do álbum, e isso fica evidente no resultado final. “Algo que foi realmente importante para mim foi realmente tirar de mim mesmo minhas próprias invenções”, disse ela em entrevista à Associated Press. “Eu era a criadora. Este era o meu trabalho. Não era apenas um personagem que eu estava interpretando. Era algo que eu criei.”
Apesar de soar familiar para seus fãs, Mayhem não é um simples exercício de nostalgia nem um álbum moldado para seguir tendências do mercado atual. Lady Gaga entrega um trabalho fiel à sua essência, reafirmando o que a tornou uma das artistas mais influentes do pop contemporâneo.
Veja o álbum abaixo:
